
A obra analisa particularmente o ciúme excessivo e doentio. Nesses casos, afirma o psiquiatra, a desconfiança é o "alimento" principal. "O ciumento sempre desconfia da outra pessoa. Por isso jamais acredita nela, mesmo que esta consiga provar que suas suspeitas são fantasiosas e infundadas. Por aí se pode perceber que o ciúme se apresenta quase como um verdadeiro delírio, ainda que esse termo seja reservado para casos mais graves", afirma.
O psiquiatra lembra que o ciúme faz parte da nossa raiz histórica. Segundo ele, herdamos a idéia de que esse sentimento é prova de amor. "É conveniente lembrar a célebre frase de santo Agostinho: ‘Quem não sente ciúme é porque não ama’". Essa herança, diz ele, de certo modo ajudou a absolver o ciúme ou pelo menos torná-lo aceitável, apesar de todos os problemas que provoca.
No livro, Ferreira-Santos trata também do ciúme entre amigos, irmãos, colegas de trabalho e até entre pais e filhos. O objetivo é mostrar todas as nuanças que dão ao ciúme uma conotação muito mais próxima da posse, da insegurança e do egoísmo do que do amor.
Reportagem: Ana Paula Alencar
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